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Serra das Vertentes

A serra das Vertentes é uma cadeia montanhosa do relevo brasileiro que se localiza na Região Geográfica Intermediária de Barbacena (antiga mesorregião do Campo das Vertentes), no estado de Minas Gerais.[1][2] A serra estende-se de oeste a leste e abrange os municípios de Resende Costa, Lagoa Dourada, Carandaí, Cristiano Otoni, Caranaíba e Santana dos Montes, passando por picos de 1170 metros, nas imediações do povoado do Ribeirão de Santo Antônio, e de 1247 metros próximo à nascente do Córrego Mandengo.[3][2][4]

A serra divide os cursos d'água que escoam pela bacia hidrográfica do rio São Francisco dos que escoam pela bacia do rio Grande. Vários cursos d´água brotam da serra: a oeste, as nascentes do ribeirão de Cima; a leste, as do ribeirão dos Paulas, que passa dentro do povoado do Curralinho dos Paulas e ao norte, as do córrego do Estaleiro, que é um afluente do córrego da Cachoeira, que deságua no córrego do Potreiro e depois encontra com o córrego do Cajuru, na divisa com Desterro de Entre Rios, dando origem ao rio Pará.[4]

A definição de serra das Vertentes no sentido stricto sensu, como aparece nos mapas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, distingue-se da definição original criada pelo Barão de Eschwege no século XIX, que chamou de Serra das Vertentes toda a linha que separa as bacias hidrográficas do norte do Brasil, como a amazônica e do São Francisco, das bacias dos rios Paraná e Paraguai, ao Sul.[5]

O termo "vertente" significa declive de um dos lados de montanha ou cordilheira por onde corre a água.[6] Entre 1810 e 1821, o geólogo alemão Wilhelm Ludwig von Eschwege esteve no Brasil, a serviço da coroa portuguesa, para explorar o potencial mineiro do território da colônia brasileira.[5] Em 1822, Eschwege publicou o artigo Geognostisches Gemälde von Brasilien und wahrscheinliches Muttergestein der Diamanten, em Weimar, na Alemanha, no qual ele procurava identificar padrões geológicos das serras produtoras de diamantes.[7]

Eschwege identificou caracteríscticas geológicas peculiares do território brasileiro que não haviam sido observadas em nenhum lugar do Velho Mundo. O geólogo denominou a linha divisora de águas do norte e do sul do Brasil como Wasserscheidungsgebirge, que traduzido para o português significa "serra das Vertentes",[7] e relatou:

O conceito original de serra das Vertentes não era uma serra propriamente dita, mas um encontro das ramificações das serras longitudinais em ângulos diferentes, que incluía outras serras como a da Canastra e da Marcela em Minas Gerais, onde nascem o rio São Francisco e um dos principais afluentes do rio Grande respectivamente e a serra dos Pireneus, todas essas mencionadas na publicação de Eschwege em 1822.[7] A linha divisória dessas bacias não consiste de serras de fato em toda a sua extensão.[8] O que se entende por "serra das Vertentes", no entanto, modificou-se e, atualmente, está restrito a um trecho do divisor das bacias do São Francisco e do rio Grande, mais precisamente entre as sub-bacias do rio Pará e do rio Paraopeba, de um lado, e do rio das Mortes, do outro.[9]

A cidade de Lagoa Dourada apresenta uma característica peculiar no Brasil. Sua área urbana está situada sobre a formação da serra das Vertentes, fazendo com que a cidade esteja dividida entre duas bacias hidrográficas diferentes.

Duas igrejas da cidade (Igreja Bom Jesus de Matosinhos e Igreja Matriz de Santo Antônio) estão exatamente no limite das bacias, fazendo com que seus telhados, nos dias de chuva, dividam as águas entre as bacias do rio São Francisco e a do rio da Prata. Nas igrejas, as águas que escorrem pelo lado direito seguem por algumas ruas até encontrarem córregos que as levam para o rio Carandaí, que desagua no rio das Mortes, que por sua vez encontra o rio Grande, afluente do rio Paraná, um dos formadores do rio da Prata que encontra o oceano Atlântico na divisa entre Uruguai e Argentina.

Já as águas que escorrem pelo lado esquerdo dos telhados das igrejas seguem por algumas ruas e córregos até encontrarem o rio Brumado, afluente do rio Paraopeba, que segue até a represa de Três Marias encontrando-se com o rio São Francisco. Por sua vez, ele segue seu caminho até o Atlântico cortando o Nordeste brasileiro e terminando na divisa entre os estados de Alagoas e Sergipe. Em frente à igreja matriz de Santo Antônio de Lagoa Dourada exite a Praça das Vertentes simbolizando e marcando o fato peculiar e único do local.[10]

Referências

  1. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística; Instituto de Geociências Aplicadas de Minas Gerais (1976). Carta do Brasil - Resende Costa (Mapa) 1ª ed. 1:50.000. Brasília: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Consultado em 31 de agosto de 2017 
  2. a b Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística; Instituto de Geociências Aplicadas de Minas Gerais (1976). Carta do Brasil - Jacarandira (Mapa) 1ª ed. 1:50.000. Brasília: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Consultado em 31 de agosto de 2017 
  3. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística; Instituto de Geociências Aplicadas de Minas Gerais (1976). Carta do Brasil - Carandaí (Mapa) 1ª ed. 1:50.000. Brasília: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Consultado em 1 de setembro de 2017 
  4. a b Adriano Valério Resende (13 de novembro de 2012). «Onde está a Serra das Vertentes?». Jornal das Lajes. Consultado em 31 de agosto de 2017 
  5. a b Renger, Friedrich E. (2013). «O "quadro geognóstico do Brasil" de Wilhelm Ludwig von Eschwege: Breves comentários à sua visão da geologia no Brasil» (PDF). Geonomos. 13 (1 e 2): 91-95. Consultado em 1 de fevereiro de 2018 
  6. «Significado / definição de vertente no Dicionário Priberam da Língua Portuguesa». Dicionário Priberam da Língua Portuguesa. Consultado em 1 de fevereiro de 2018 
  7. a b c von Eschwege, Wilhelm (2005). Traduzido por Friedrich E. Renger. «Geognostisches Gemälde von Brasilien und wahrscheinliches Muttergestein der Diamanten» [Quadro geognóstico do Brasil e a provável rocha matriz dos diamantes]. Revista Geonomos. 13 (1 e 2): 97-109 
  8. dos Santos, Ruth Simões Bezerra (julho–setembro de 1962). «Aspectos da Hidrografia Brasileira» (PDF). Revista Brasileira de Geografia (3): 336. Consultado em 1 de fevereiro de 2018 
  9. Tôsto, S. G.; Campos, EMG; Neves, C. (2000). «Estudo de avaliação econômica na recuperação de voçoroca em Lagoa Dourada, MG» (PDF). Embrapa Solos. Boletim de Pesquisa (20): 4. ISSN 1517-5219 
  10. Nayana Carvalho (15 de maio de 2014). «Nova praça em Lagoa Dourada homenageia divisor de águas de duas grandes bacias brasileiras». Jornal das Lajes. Consultado em 1 de fevereiro de 2019 
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