For faster navigation, this Iframe is preloading the Wikiwand page for Parábola do Trigo e do Joio.

Parábola do Trigo e do Joio

O inimigo a semear.
1540. Pintura no Altar de Mömpelgarder, atualmente no Museum Kunsthistorisches, em Viena.

A Parábola do Trigo e o Joio, (também conhecida como a Parábola do Joio ou Parábola do Trigo), é uma das parábolas de Jesus, que aparece em apenas um dos evangelhos canônicos do Novo Testamento. De acordo com Mateus 13:24–30 durante o Juízo Final, os anjos vão separar os "filhos do maligno" (o "joio", ou ervas daninhas) dos "filhos do reino" (o trigo). Segue-se à Parábola do Semeador e precede a Parábola do grão de mostarda.

Uma versão abreviada da parábola também aparece no gnóstico Evangelho de Tomé (57).[1]

«Jesus lhes propôs outra parábola: O reino dos céus é semelhante a um homem que semeou boa semente no seu campo. Mas enquanto os homens dormiam, veio um inimigo dele, semeou joio no meio do trigo e retirou-se. Porém quando a erva cresceu e deu fruto, então apareceu também o joio. Chegando os servos do dono do campo, disseram-lhe: Senhor, não semeaste boa semente no teu campo? pois donde vem o joio? Respondeu-lhes: Homem inimigo é quem fez isso. Os servos continuaram: Queres, então, que vamos arrancá-lo? Não, respondeu ele, para que não suceda que, tirando o joio, arranqueis juntamente com ele também o trigo. Deixai crescer ambos juntos até a ceifa; e no tempo da ceifa direi aos ceifeiros: Ajuntai primeiro o joio e atai-o em feixes para o queimar, mas recolhei o trigo no meu celeiro.» (Mateus 13:24–30)
"Mas quando os homens dormiram, o inimigo aproveitou e semeou joio no meio do trigo e se retirou" Mt 13: 24-30.

Seis das sete parábolas do capítulo 13 de Mateus se iniciam com a frase "O reino dos céus é semelhante..." (a exceção é a Parábola do Semeador).

Interpretação

[editar | editar código-fonte]

A palavra traduzida como "joio" na versão King James é ζιζάνια (zizania), plural de ζιζάνιον (zizanion). Acredita-se que esta palavra signifique joio (Lolium temulentum), [2][3] uma azevém, que se parece muito com trigo em seus estágios iniciais de crescimento.[4] No direito romano, a semeadura do joio no meio do trigo de um inimigo era proibida,[4][5] sugerindo que o cenário aqui apresentado é realista.[6]

Escatologia cristã

[editar | editar código-fonte]
Satã semeando
1872. Desenho à lápis por Felicien Rops.

Uma interpretação escatológica[6] é fornecida por Jesus em Mateus 13:36–43:

«Então tendo deixado as turbas, entrou Jesus em casa. Chegando-se a ele seus discípulos, disseram: Explica-nos a parábola do joio do campo. Ele respondeu: O que semeia a boa semente, é o Filho do Homem; o campo é o mundo; a boa semente são os filhos do reino; o joio são os filhos do maligno; o inimigo que o semeou, é o Diabo; a ceifa é o fim do mundo e os ceifeiros são anjos. Pois assim como o joio é ajuntado e queimado no fogo, assim será no fim do mundo. O Filho do Homem enviará os seus anjos, e eles ajuntarão do seu reino tudo o que serve de pedra de tropeço e os que praticam a iniquidade, e lançá-los-ão na fornalha de fogo; ali haverá o choro e o ranger de dentes. Então os justos brilharão como o sol no reino de seu Pai. Quem tem ouvidos, ouça.» (Mateus 13:36–43)

Embora Jesus tenha destacado as pessoas que fazem parte do Reino dos Céus e aqueles que não são, esta diferença nem sempre é facilmente perceptível, como a Parábola do Fermento indica.[6] No entanto, o Julgamento Final será o "último ponto de viragem quando o período do crescimento secreto do Reino de Deus junto com a atividade contínua do maligno será levado a um fim, e um novo tempo, que foi inaugurado em princípio no ministério terreno de Jesus será gloriosamente consumado".[6]

Santo Agostinho destacou que a distinção invisível entre o "trigo" e "joio" funciona também através da Igreja:

Oh vós cristãos, cujas vidas são boas, vocês suspiram e bradam ser poucos entre muitos, poucos entre multidões. O inverno vai passar e o verão virá! A colheita será em breve. Anjos virão e poderão separá-los e eles não cometem erros...Eu vos contarei uma verdade, meus queridos, mesmo nos mais altos cargos há tanto trigo quanto joio e entre os leigos há trigo e joio. Que o bom tolere o mau; que o mau se transforme e imite o bom. Vamos todos, se pudermos, alcançar Deus; vamos todos escapar o mal deste mundo por Sua misericórdia. Vamos procurar bons dias, pois estamos agora em maus; contudo, em maus dias não blasfememos para que possamos alcançar os bons dias
 
Agostinho de Hipona, Sermão 23 sobre o Novo Testamento[7].

Tolerância Religiosa

[editar | editar código-fonte]

A Parábola do Joio tem sido freqüentemente citada para apoiar variados graus de tolerância religiosa.

Em sua "Carta ao Bispo Roger de Chalons", o bispo de Liège Wazo (c. 985-1048 d.C.) contou com a parábola [8] para argumentar que "a igreja deve deixar crescer a dissidência com a ortodoxia até que o Senhor venha para separá-los e julgá-los".[9]

Martinho Lutero pregou um sermão sobre a parábola na qual ele afirmou que somente Deus pode separar os falsos crentes dos verdadeiros e notou que matar hereges ou infiéis elimina qualquer oportunidade que eles poderiam ter para a salvação:

A partir desta observação o quanto raivosos e furiosos temos sido há muitos anos, em que desejávamos forçar os outros a crer, os turcos com a espada, os hereges com o fogo, os judeus com a morte, e, assim, o joio ou outro por nosso próprio poder, como se fôssemos capazes de reinar sobre os corações e espíritos, tornando-os piedosos e direitos, algo só faz a Palavra de Deus. Mas, com assassinatos separamos as pessoas da Palavra, de modo a não mais podermos trabalhar sobre eles e trazemo, assim, com um só golpe um duplo assassinato sobre nós mesmos, na medida em que se encontra em nosso poder, ou seja, na medida em que matamos o corpo temporalmente e a alma eternamente, e depois dizemos que fizemos um serviço a Deus pelas nossas ações, e desejamos merecer algo de especial no céu".
 

Ele concluiu que "embora o joio atrapalhe o trigo, ele o torna mais belo de se ver".[10]

Roger Williams, um teólogo batista e fundador da colônia americana Rhode Island, usou esta parábola para apoiar a tolerância do governo para com todas as "ervas daninhas" (hereges) no mundo, porque a perseguição civil, muitas vezes, inadvertidamente fere o "trigo" (os crentes) também. Em vez disso, Williams acreditava que era dever de Deus julgar, no final, não do homem. Esta parábola também apoiou a filosofia bíblica de Williams, de um muro separando a Igreja e Estado, conforme descrito em seu livro de 1644, "The Bloody Tenent of Persecution"[11]

Referências

  1. «Evangelho de Tomé». Saindo da Matrix. Consultado em 19 de fevereiro de 2011 
  2. Liddell H G and Scott R, A Greek-English Lexicon, Clarendon Press, Oxford, 1843–1996, no verbete "ζιζάνια". A forma plural (Zizania) foi utilizada nos tempos modernos como o nome botânico para o arroz selvagem
  3. Thayer's Lexicon: ζιζάνια
  4. a b Craig S. Keener, The Gospel of Matthew: A Socio-Rhetorical Commentary, Eerdmans, 2009, ISBN 0802864988, pp. 386-387.
  5. Ramesh Khatry, The Authenticity of the Parable of the Wheat and the Tares and Its Interpretation, Universal Publishers, 2000, ISBN 158112094X, p. 35.
  6. a b c d R. T. France, The Gospel According to Matthew: An introduction and commentary, Eerdmans, 1985, ISBN 0802800637, pp. 225-227.
  7. Sermão 23. On the words of the Gospel, Matthew 13:19 , etc., where the Lord Jesus explains the parables of the sower. (em inglês). [S.l.: s.n.]  |nome1= sem |sobrenome1= em Authors list (ajuda)
  8. Richard Landes, "The Birth of Heresy: A Millennial Phenomenon," Journal of Religious History 24.1 (2000): 26 -43 http://www.bu.edu/mille/people/rlpages/TheBirthofHeresy.html Accessed December 13, 2010
  9. Jeffrey Burton Russell, Dissent and Order in the Middle Ages: The Search for Legitimate Authority (New York: Twayne Publishers 1992), p. 23
  10. The Sermons of Martin Luther, Vol II, pp. 100-106, (Grand Rapids: Baker Book House 1906) http://homepage.mac.com/shanerosenthal/reformationink/mltares.htm Arquivado em 20 de novembro de 2011, no Wayback Machine. Accessed January 13. 2011
  11. James P. Byrd, The challenges of Roger Williams: religious liberty, violent persecution, and the Bible (Mercer University Press, 2002)[1] (accessed on Google Book on July 20, 2009)
O Commons possui uma categoria com imagens e outros ficheiros sobre Parábola do Joio e do Trigo
{{bottomLinkPreText}} {{bottomLinkText}}
Parábola do Trigo e do Joio
Listen to this article

This browser is not supported by Wikiwand :(
Wikiwand requires a browser with modern capabilities in order to provide you with the best reading experience.
Please download and use one of the following browsers:

This article was just edited, click to reload
This article has been deleted on Wikipedia (Why?)

Back to homepage

Please click Add in the dialog above
Please click Allow in the top-left corner,
then click Install Now in the dialog
Please click Open in the download dialog,
then click Install
Please click the "Downloads" icon in the Safari toolbar, open the first download in the list,
then click Install
{{::$root.activation.text}}

Install Wikiwand

Install on Chrome Install on Firefox
Don't forget to rate us

Tell your friends about Wikiwand!

Gmail Facebook Twitter Link

Enjoying Wikiwand?

Tell your friends and spread the love:
Share on Gmail Share on Facebook Share on Twitter Share on Buffer

Our magic isn't perfect

You can help our automatic cover photo selection by reporting an unsuitable photo.

This photo is visually disturbing This photo is not a good choice

Thank you for helping!


Your input will affect cover photo selection, along with input from other users.

X

Get ready for Wikiwand 2.0 🎉! the new version arrives on September 1st! Don't want to wait?