Hugo Possolo
Hugo Possolo | |
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Nome completo | Hugo Possolo de Soveral Neto |
Nascimento | 03 de agosto de 1962 (62 anos) Vitória, Espírito Santo |
Nacionalidade | brasileira |
Ocupação | Ator, palhaço, dramaturgo, diretor de teatro |
Hugo Possolo de Soveral Neto[1][2][3][4] (Vitória, 3 de agosto de 1962), é ator, palhaço, dramaturgo, cenógrafo, figurinista, aderecista, produtor cultural e diretor de teatro brasileiro. É um dos fundadores do grupo teatral Parlapatões,[5] que utiliza técnicas circenses e de teatro de rua.
Biografia
[editar | editar código-fonte]Cursou jornalismo e vomunicação social na Faculdade Cásper Líbero (1981), história na Universidade de São Paulo (1982) e ingressou seus estudos teatrais e circenses na Circo-Escola Picadeiro. Sua estréia no teatro acontece em 1984, na peça Quando Tenho Razão Não É Culpa Minha, dirigido por Arthur Leopoldo e Silva.
Em São Paulo, no ano de 1991, junto à Alexandre Roit[6] – e, mais tarde à Raul Barretto[7] – funda o grupo Parlapatões, posteriormente, em 2006, inaugura seu teatro o Espaço Parlapatões[8] sediado na Praça Franklin Roosevelt, integrando parte do movimento de revitalização do centro histórico de São Paulo, sendo reconhecido e homenageado pelo trabalho cultural, juntamente à Ivam Cabral e Rodolfo García Vázquez, fundadores do grupo teatral Os Satyros, com o Prêmio Cidadão SP[9] da instituição Catraca Livre, em 2017.
Possolo integrou a presidência da Associação dos Amigos do Centro de Memória do Circo (AACMC),[10] por dois mandatos, entre 2016 até 2020, organização que tem por missão dar apoio ao Centro de Memória do Circo (CMC)[11] e fomentar discussões sobre o fazer circense.
Em 2009, se junta à grandes nomes dos principais grupos de teatro da cidade de São Paulo, nascendo assim a Associação dos Artistas Amigos da Praça (ADAAP),[12] uma Organização Social de Cultura, sem fins lucrativos, totalmente voltada para promover cultura, arte e educação, tendo em vista o objetivo de ser referência na formação de profissionais de teatro, nacional e internacionalmente, valorizando a arte e a educação como agentes da transformação social, com potencial ético, estético, criativo e inclusivo. Desde 2010 a ADAAP é gestora da SP Escola de Teatro,[13] um dos mais importantes centros de formação das artes do palco na América Latina, onde Hugo Possolo é coordenador do curso de atuação.
Carreira
[editar | editar código-fonte]Desde sua estréia em Quando Tenho Razão Não É Culpa Minha (1984), Hugo Possolo promove em seu trabalho artístico e cultural uma busca por linguagens multifacetadas, consolidando um repertório que transita pelas mais diversas áreas criativas, sejam peças teatrais e óperas altamente prestigiadas, passando por livros voltados para o público infanto-juvenil como O Bricabraque[14] (Editora Lazuli, 2004) e a ópera-rock Eu e Meu Guarda-Chuva (Editora Globo, 2002), em parceria com Branco Mello, mais tarde o livro foi adaptado para o cinema pelo diretor Toni Vanzolini[15] (2010). Porém a parceria com Branco Mello, não se encerraria por ai, juntamente à Emerson Villani e ao cartunista Angeli escrevem a canção República dos Bananas,[16] que figurou no álbum Nheengatu, da banda Titãs. E posteriormente, co-escreveu com os Titãs e Marcelo Rubens Paiva a história contada no disco Doze Flores Amarelas.[17]
Desde o início de sua carreira teatral suas montagens e textos têm sido aclamados pela crítica[18][19] tais como: Sardanapalo, premiado pela Jornada SESC de Teatro (1993); Zéròi, Prêmio Estímulo (1995); Ppp@WllmShkspr.br, Prêmio APETESP (1998); Não Escrevi Isto, Prêmio Estímulo e Prêmio Shell (1998); Vamos Comer o Piolin, Prêmio APCA (1998); Farsa Quixotesca, junto ao grupo teatral Pia Fraus, Prêmio Panamco e Prêmio APCA (1999); Pantagruel, Prêmio Estímulo (2001); e em 2014 é comtemplado por sua vida e obra com o Prêmio Fundação Bunge em Artes Circenses.[20]
Especialista na pesquisa das Artes Circenses, desempenha projetos como curador e organizador de mostras, festivais e concursos dedicados a promover criações e criadores Brasil a fora, como o Festival de Cenas Cômicas, o Festival de Peças de Um Minuto, o Festival Paulista de Circo, o Festival internacional de Circo de São Paulo, o Concurso de Poesia Falada (que em 2024 esteve em sua 6° edição).
Com a montagem de U Fabuliô, o grupo Parlapatões foi o representante oficial do Brasil, na EXPO 98, em Lisboa; outros de seus espetáculos participaram dos principais festivais nacionais: Festival Internacional de Artes Cênicas; Festival Internacional de Londrina;[21] FIT; Porto Alegre em Cena; Festival de Teatro de Curitiba, e fora do país estiveram na Colômbia, Chile, Uruguai, Espanha, Portugal, Itália, Estados Unidos e Escócia.
Em sua consagrada dramaturgia destacam-se os já citados textos premiados, e outros como: Nóis Otário[S] (2012); Eu Cão Eu (2012) e Até que Deus é um Ventilador de Teto (2015); A Cabeça de Yorick (2018), que viraram livros publicados pela Editora Giostri.[22] Boa parte de seu trabalho como encenador está ligado aos Parlapatões, dirigindo e/ou atuando como em: Nada de Novo (1991); As Nuvens e/ou Um Deus Chamado Dinheiro (2002); Prego na Testa (2005); O Pior de São Paulo (2007); Parapapá! (2010); Ridículos, Ainda e Sempre (2011); O Rei da Vela (2018); Decameron (2024), montagens as quais seguem em cartaz até o presente.[23]
Em seu trabalho operístico, teve destaque na direção de A Flauta Mágica, de Wolfgang Amadeus Mozart em 1996; Gianni Schicchi, de Giacomo Puccini em 1998 e Campanello Di Notte, de Gaetano Donizetti em 2005, todas sob regência do maestro Abel Rocha. Dirigiu ainda, Infedeltà Delusa de Joseph Haydn em 2004, com regência do maestro Roberto Minczuc, e, no ano de 2007, no Theatro Municipal de São Paulo, dirigiu A Italiana em Argel sob a regência do maestro Jamil Maluf, com quem viria à trabalhar novamente na Noite de Gala do Circo: São Paulo, Meu Amor!,[24] espetáculo marcante que reuniu 200 artistas para a celebração do Dia Internacional do Palhaço.
"O riso tem uma capacidade destruidora que muitas vezes assusta, pois quebra ícones, revela preconceitos e, por isso, é considerado um desafio ao ator"
Hugo Possolo em entrevista à Rede Globo.[25]
Possolo possuí forte atuação no audiovisual, na televisão, integrou o elenco da série SOS Emergência (TV Globo, 2010), dirigiu o programa Tudo pela Audiência (Multishow, 2014) estrelando Tatá Werneck e Fábio Porchat;[26][27] participou como preparador de elenco nas séries: Vade Retro (TV Globo, 2016), Cine Holliúdy (TV Globo, 2017), Rensga Hits (Globoplay, 2021); no cinema, destacam-se suas participações nos filmes Minha Mãe É uma Peça 2 (2016), Lascados (2014) e A Comédia Divina (2017).
Na gestão pública, atuou como Coordenador Nacional de Circo da Funarte no Ministério da Cultura (2004 e 2005), foi um dos integrantes do Plano Nacional de Cultura da Funarte (P.N.A. 2015 e 2016), foi o Diretor Artístico do Theatro Municipal de São Paulo (2019 e 2020)[28] e Secretário Municipal de Cultura de São Paulo (2020).[29] Dirigiu, ainda, a Orquestra Sinfônica Municipal (São Paulo), o Coro Lírico, o Coral Paulistano e o Balé da Cidade de São Paulo.
Produção Bibliográfica
[editar | editar código-fonte]Ano | Título | Gênero | Natureza | Editora |
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2021 | Yérus Halem[30] | Dramaturgia Brasileira | Livro | Giostri Cultural[31] |
2018 | A Cabeça de Yorick[32] | Livro | ||
2015 | Até que Deus é um Ventilador de Teto[33] | Livro | ||
2012 | Nóis Otário[S][34] | Livro | ||
Eu Cão Eu[35] | Livro | |||
Excêntricos[36][37] | Poesia | Livro | ||
2010 | Eu e Meu Guarda-Chuva[38] | Ópera-Rock Infantil | Livro | Globo Livros[39] |
2004 | O Bricabraque[40][41] | Infanto-Juvenil | Livro | Lazuli[42] |
Referências
- ↑ «Hugo Possolo». SP Escola de Teatro. Consultado em 3 de setembro de 2024
- ↑ «Provocações entrevista o ator e palhaço Hugo Possolo (bloco 02)». TV Cultura. Consultado em 3 de setembro de 2024
- ↑ Programa do Jô | Hugo Possolo fala sobre o trabalho do palhaço na nossa sociedade | Globoplay, consultado em 3 de setembro de 2024
- ↑ Persona (14 de junho de 2018), Hugo Possolo | Persona em Foco | 13/06/2018, consultado em 3 de setembro de 2024
- ↑ «Parlapatões». Consultado em 3 de setembro de 2024
- ↑ AdoroCinema. «Alexandre Roit». AdoroCinema. Consultado em 3 de setembro de 2024
- ↑ «RAUL BARRETTO – ARTE, IMAGEM E AÇÃO». Consultado em 3 de setembro de 2024
- ↑ «Agenda Espaço Parlapatões – Parlapatões». Consultado em 3 de setembro de 2024
- ↑ Baraçal, Keila. «Prêmio Cidadão SP: conheça um pouco mais dos homenageados». Catraca Livre. Consultado em 3 de setembro de 2024
- ↑ «AACMC – Centro de Memória do Circo». memoriadocirco.org.br. Consultado em 3 de setembro de 2024
- ↑ «Centro de Memória do Circo – Acervo Digital». memoriadocirco.org.br. Consultado em 3 de setembro de 2024
- ↑ «Adaap – Organização Social de Cultura». www.adaap.org.br. Consultado em 3 de setembro de 2024
- ↑ «SP Escola de Teatro - Centro de Formação das Artes do Palco». SP Escola de Teatro. Consultado em 3 de setembro de 2024
- ↑ «Folha Online - Folhinha». www1.folha.uol.com.br. Consultado em 3 de setembro de 2024
- ↑ «Eu e Meu Guarda-Chuva». VEJA SÃO PAULO. Consultado em 3 de setembro de 2024
- ↑ TITÃS (19 de março de 2015), Titãs - República dos Bananas (Clipe Oficial), consultado em 3 de setembro de 2024
- ↑ Teixeira, Rafael (23 de outubro de 2018). «TMDQA! entrevista Titãs: ópera rock mostra versatilidade e energia dos integrantes remanescentes». Tenho Mais Discos Que Amigos!. Consultado em 12 de janeiro de 2019
- ↑ Arcanjo, Blog do (15 de junho de 2024). «★★★★ Crítica: Parlapatões se rejuvenesce em Decameron com conexão real ao aqui e agora». Blog do Arcanjo. Consultado em 3 de setembro de 2024
- ↑ Billington, Michael (10 de junho de 2003). «Poetic justice». The Guardian (em inglês). ISSN 0261-3077. Consultado em 3 de setembro de 2024
- ↑ «Prêmio Fundação Bunge». Fundação Bunge. Consultado em 3 de setembro de 2024
- ↑ «Filo 2023». FILO. Consultado em 3 de setembro de 2024
- ↑ «Giostri Cultural | Editora». Giostri Cultural. Consultado em 5 de setembro de 2024
- ↑ «Peças em Repertório – Parlapatões». Consultado em 5 de setembro de 2024
- ↑ «Noite de Gala do Circo: São Paulo, Meu Amor!». theatromunicipal.org.br. Consultado em 5 de setembro de 2024
- ↑ ((citar web|url=https://redeglobo.globo.com/globoteatro/boca-de-cena/noticia/2013/09/hugo-possolo-fala-sobre-trajetoria-da-trupe-os-parlapatoes.html
- ↑ «Fábio Porchat e Tatá Werneck voltam a 'Tudo pela audiência'». O Globo. 9 de maio de 2016. Consultado em 6 de setembro de 2024
- ↑ PEREIRA, MÁRCIA (9 de maio de 2016). «'Tatá Werneck é uma metralhadora, pensa fora da casinha', diz Porchat». Notícias da TV. Consultado em 6 de setembro de 2024
- ↑ «Hugo Possolo é o novo diretor artístico do Theatro Municipal de São Paulo». Secretaria Municipal de Cultura. Consultado em 3 de setembro de 2024
- ↑ «Mônica Bergamo: Hugo Possolo substituirá Alê Youssef na Secretaria de Cultura de SP». Folha de S.Paulo. 10 de março de 2020. Consultado em 3 de setembro de 2024
- ↑ Camila Turim (28 de março de 2023), YÉRUS HALEM - monólogo Lativa, consultado em 6 de setembro de 2024
- ↑ «Contato». Giostri Cultural. Consultado em 6 de setembro de 2024
- ↑ martinsfontespaulista. «CABEÇA DE YORICK, A - martinsfontespaulista». www.martinsfontespaulista.com.br. Consultado em 6 de setembro de 2024
- ↑ «Até que Deus É um Ventilador de Teto». VEJA SÃO PAULO. Consultado em 6 de setembro de 2024
- ↑ «Nóis Otários - Julian Livros | Estante Virtual». www.estantevirtual.com.br. Consultado em 6 de setembro de 2024
- ↑ martinsfontespaulista. «EU CAO, EU - martinsfontespaulista». www.martinsfontespaulista.com.br. Consultado em 6 de setembro de 2024
- ↑ «Espaço Parlapatões, 6». SP Escola de Teatro. 11 de setembro de 2012. Consultado em 6 de setembro de 2024
- ↑ Mellone, Maurício (11 de dezembro de 2012). «O palhaço Hugo Possolo lança seu primeiro livro de poesias, Excêntrico». Favo do Mellone. Consultado em 6 de setembro de 2024
- ↑ Eu e meu guarda-chuva. [S.l.: s.n.]
- ↑ «Globo Livros». globolivros.globo.com. Consultado em 6 de setembro de 2024
- ↑ «Bricabraque Lazuli». leitura.com.br. Consultado em 6 de setembro de 2024
- ↑ livrariacultura. «BRICABRAQUE, O». www.livrariacultura.com.br. Consultado em 6 de setembro de 2024
- ↑ livrariacultura. «Livros LAZULI – Livraria Cultura». www.livrariacultura.com.br. Consultado em 6 de setembro de 2024
Ligações externas
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