For faster navigation, this Iframe is preloading the Wikiwand page for Fernão Gomes de Lemos.

Fernão Gomes de Lemos

Fernão Gomes de Lemos
3.º Capitão do Ceilão Português e Embaixador à Pérsia
Fernão Gomes de Lemos
Armas dos Lemos, senhores da Trofa do Vouga, no Livro do Armeiro-Mor (1509)
Antecessor(a) Lopo de Brito, 2.º Capitão de Ceilão
Sucessor(a) cargo vago
Nascimento c. 1485
Morte c. 1535 (50 anos)
Pai João Gomes de Lemos, 2.° Senhor da Trofa
Mãe Violante de Sequeira
Título(s) 1.º Embaixador português na Pérsia
Ocupação Fidalgo, Militar, Embaixador
Religião Católica

Fernão Gomes de Lemos (c. 1485 - c. 1535) foi um militar, diplomata e administrador colonial português, nomeado Embaixador à Pérsia no ano de 1515 e capitão de Ceilão, de 1522 a 1524.[1]

Era filho secundogénito de João Gomes de Lemos, 2.° Senhor da Trofa, Álvaro, Pampilhosa, Jales e Alfarela de juro e herdade, e de sua mulher, Violante de Sequeira.

Deve ter nascido cerca de 1485, pois o filho primogênito do 2º Senhor da Trofa, Duarte de Lemos, nasceu logo no início da década de 1480.[2]

Carreira no Estado da Índia

[editar | editar código-fonte]

Esteve na Índia com o acima referido seu irmão primogénito, Duarte de Lemos, futuro 3.° Senhor da Trofa, e participou na tomada de Malaca (1511) e de Ormuz e também no ataque a Adém

Foi como Capitão de Armada ao Estreito de Ormuz e ao Mar Roxo.[3]

Embaixador à Pérsia

[editar | editar código-fonte]

A 4 de Maio de 1515, Fernão Gomes de Lemos, escrevendo já na qualidade de Embaixador ao Xeique Ismail da Pérsia, mandou ao Rei D. Manuel I notícias do seu conhecimento e do Escrivão da sua Embaixada.[4]

A 4 de Janeiro de 1517, escreveu de novo ao Rei, lembrando que Afonso de Albuquerque o nomeara como Embaixador ao Xeique Ismail, "serviço difícil pois nem o caminho se sabia", e mandando ao Rei um livro da sua Embaixada e da Armada de Ormuz.[5]

De facto, a decisão de Afonso de Albuquerque de nomear um Embaixador junto à corte safávida explicava-se pela proximidade geográfica, e relações de suserania, da Pérsia com a praça portuguesa de Ormuz, recém-conquistada por Albuquerque.

Os contactos mantidos por Fernão Gomes de Lemos na Pérsia foram publicamente cordiais, mas em privado o soberano persa exprimiu o seu aborrecimento com a ocupação de Ormuz pelos portugueses. A contrapartida oferecida pelo Embaixador Fernão Gomes de Lemos - disponibilidade para oferecer auxílo militar à Pérsia, em caso de eventual conflito com os Mamelucos - conseguiu porém reequilibrar as relações luso-persas.[6]

Capitão de Ceilão

[editar | editar código-fonte]

Foi o 3.° e último Capitão de Ceilão, de 1522 a 1524, com sede em Colombo, sucedendo no cargo a Lopo de Brito.

Pouco depois de tomar posse do cargo, no início de 1523, escrevendo ao rei D. João III, Fernão Gomes de Lemos manifestou o seu parecer de que seria inútil e até mesmo contraproducente a manutenção da Fortaleza em Colombo (construída durante o mandato do seu antecessor) pois ela estava causando forte reação contrária entre os cingaleses "que viam opressão [na existência] daquela praça". Assim, atendendo ao "pouco fruto que da guarnição militar portuguesa se podia tirar" e ao facto de não haver "maiores intentos portugueses e [serem] gravíssimas as dificuldades de os conseguir", Lemos concluía que "para efeito da vassalagem e do comércio bastava uma Feitoria; e tudo o mais serviria de impedimento ao aumento do Estado [português] por outras vias".[7][8]

O governador em Goa, D. Duarte de Meneses, concordou com a opinião de Lemos, e reforçou-a dizendo que em Ceilão só o comércio da canela era importante, e tudo o mais "de pouco interesse".

A coroa portuguesa, tendo em conta os pareceres do capitão Lemos em Colombo e do governador Meneses em Goa, enviou assim instruções através do novo vice-rei, o conde-almirante D. Vasco da Gama, no sentido de se desmantelar a fortaleza, deixando em Colombo apenas a feitoria. Fora essa uma decisão já ponderada pelo rei D. Manuel I, e agora reiterada e aplicada por seu sucessor D. João III.[7]

Fernão Gomes de Lemos, no cumprimento das instruções régias, destruiu assim a fortaleza e "voltou com a guarnição e a artilharia para Goa, no navio do capitão-mor António de Lemos, seu irmão". Em Colombo ficaria apenas o feitor e alcaide-mor Nuno Freire de Andrade, com 20 soldados; o vice-rei Vasco da Gama, em Goa, escreveu entretanto ao rei de Cota, Bhuvanekabãhu VII, comunicando-lhe a decisão de deixar apenas um feitor em Colombo, pois "essa fortaleza é causa de moléstia; para satisfazer a Vossa Alteza a mando derrubar e só deixo ficar um feitor para recolher os tributos e comerciar nas especiarias úteis ao reino [de Portugal]. Ele (feitor) ficará ao cuidado de Vossa Alteza, o que sei que fará, como tenho entendido".[7]

Fernão Gomes de Lemos teve ainda a oportunidade de apresentar, formalmente, o novo feitor e seu escrivão ao Rei Bhuvanekabãhu VII, que os recebeu com boa vontade, prometendo-lhes apoio; só depois de praticar esta última diligência diplomática embarcou de regresso à costa do Malabar.[7][8]

Após o término do seu mandato, o cargo de capitão de Ceilão foi deixado vago até 1551, quando foi criado o novo cargo de Capitão-mór do Ceilão português.[1]

De regresso a Portugal, Fernão Gomes de Lemos comprou a Álvaro Pacheco uma Quinta em Alenquer, pelo que, a 3 de Agosto de 1529, lhe trespassou 850.000 reais que lhe devia na Casa da Índia, para pagar a Quinta e respectiva sisa.

Falecimento no Oriente, "no serviço do rei"

[editar | editar código-fonte]

É um dos quatro irmãos do acima referido António de Lemos, outro filho segundogênito dos senhores da Trofa, que o governador da Índia Martim Afonso de Sousa, escrevendo ao Rei D. João III a partir de Goa, em 1 de dezembro de 1543, diz terem "morrido no serviço ao Rei".

Sendo assim, atendendo às datas da sua compra de terras em Portugal e da carta de Martim Afonso de Sousa, é de presumir que tenha falecido no Oriente, provavelmente em combate, na década de 1530.

Descendência

[editar | editar código-fonte]

Faleceu solteiro, mas deixou uma filha natural, Filipa de Lemos, a quem deixou em testamento 40.000 reais para seu casamento.[3]

Cristóvão Alão de Morais, o famoso genealogista e jurista do século XVII, põe a hipótese de esta Filipa de Lemos ter casado com Vasco Fernandes Homem. Noutro lugar, dá a este Fernão Gomes de Lemos, a quem chama Fernão Martins de Lemos, duas filhas naturais, uma Filipa de Lemos, a que não dá marido, e outra Guiomar de Lemos, que refere como casada com Pedro Homem.

Mas, ao certo, apenas se sabe que, em 1504, testemunharam um instrumento do 1.° Conde de Tentúgal uma Filipa de Lemos e um Nuno Homem, na qualidade de seus criados,[3]sendo porém legítimo duvidar que se trate da filha de Fernão Gomes de Lemos - dado que este nasceu depois de 1480, pelo que seria improvável que tivesse uma filha já em idade de ser testemunha no ano de 1504.

Referências

  1. a b «Sri Lanka. Captains». www.worldstatesmen.org. Consultado em 22 de outubro de 2022 
  2. Soveral, Manuel Abranches. «Duarte de Lemos, 3º senhor da Trofa (1514)». Consultado em 5 de setembro de 2022 
  3. a b c Soveral, Manuel Abranches. «João Gomes de Lemos, 2º senhor da Trofa (1497)». Consultado em 5 de setembro de 2022 
  4. «Conhecimento de Fernão Gomes de Lemos, embaixador ao xeque Ismael, e do escrivão da sua embaixada por que consta receberem do governador todas as coisas que lhe mandava. 04.05.1515 - Arquivo Nacional da Torre do Tombo - DigitArq». digitarq.arquivos.pt. Consultado em 22 de outubro de 2022 
  5. «Carta de Fernão Gomes de Lemos para o rei, dizendo que Afonso de Albuquerque o nomeara como embaixador à Pérsia, ao cheque Mael e que remetia ao mesmo senhor um mapa da derrota que tinha feito. 04.01.1517 - Arquivo Nacional da Torre do Tombo - DigitArq». digitarq.arquivos.pt. Consultado em 22 de outubro de 2022 
  6. Pelúcia, Alexandra (2016). Afonso de Albuquerque : corte, cruzada e império 1a ed. Lisboa: Círculo dos Leitores. pp. 256–257. OCLC 958470506 
  7. a b c d Queiroz, SJ, Fernão de (1687). «Conquista Temporal e Espiritual de Ceilão». dlib.rsl.ru (publicado em 1916). pp. 160 – 161. Consultado em 6 de novembro de 2022 
  8. a b Queyroz, Fernão de (1687). The Temporal and Spiritual Conquest of Ceylon, Vol. I, Book 1-2 (translated by S. G. Perera) (PDF) (em inglês). New Delhi: Asian Educational Services (publicado em 1992). pp. 205 – 206 
Precedido por
Lopo de Brito

Capitão do Ceilão Português

15221524
Sucedido por
Cargo vago

{{bottomLinkPreText}} {{bottomLinkText}}
Fernão Gomes de Lemos
Listen to this article

This browser is not supported by Wikiwand :(
Wikiwand requires a browser with modern capabilities in order to provide you with the best reading experience.
Please download and use one of the following browsers:

This article was just edited, click to reload
This article has been deleted on Wikipedia (Why?)

Back to homepage

Please click Add in the dialog above
Please click Allow in the top-left corner,
then click Install Now in the dialog
Please click Open in the download dialog,
then click Install
Please click the "Downloads" icon in the Safari toolbar, open the first download in the list,
then click Install
{{::$root.activation.text}}

Install Wikiwand

Install on Chrome Install on Firefox
Don't forget to rate us

Tell your friends about Wikiwand!

Gmail Facebook Twitter Link

Enjoying Wikiwand?

Tell your friends and spread the love:
Share on Gmail Share on Facebook Share on Twitter Share on Buffer

Our magic isn't perfect

You can help our automatic cover photo selection by reporting an unsuitable photo.

This photo is visually disturbing This photo is not a good choice

Thank you for helping!


Your input will affect cover photo selection, along with input from other users.

X

Get ready for Wikiwand 2.0 🎉! the new version arrives on September 1st! Don't want to wait?