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Cordilheira de Belasica

Belasica
Беласица; Κερκίνη/Μπέλλες
Belasitsa, Belasitza, Cercíni, Beles
Cordilheira de Belasica
Localização
Coordenadas 41° 20' N 22° 57' E
Países  Grécia
 Bulgária
Macedónia do Norte Macedônia do Norte
Características
Altitude máxima 2 029 m
Cumes mais altos Radomir
Área 670 km²
Comprimento 63 km
Largura 7−9 km
Orientação leste-oeste
Belasica está localizado em: Macedônia do Norte
Belasica
Localização de Belasica entre Macedônia do Norte, Bulgária e Grécia

Belasica, também citado como Belasitsa, Belasitza (em búlgaro: Беласица), Cercíni (em grego: Κερκίνη; romaniz.: Kerkíni) ou Beles (em grego: Μπέλλες; romaniz.: Bélles), é uma cordilheira da península balcânica do grupo Besalica-Osogovo localizada na histórica região da Macedônia, no Sudeste da Europa. Tem uma área de 620 km2 e está atualmente dividida entre o noroeste da Grécia (aprox. 45%), o sudeste da Macedônia do Norte (aprox. 35%) e sudoeste da Bulgária (aprox. 20%).

Belasica tem aproximadamente 60 quilômetros de comprimento e 7 a 9 quilômetros de largura e está situada ao nordeste do lago Doiran. Localiza-se numa zona de fronteira e está atualmente dividida entre o noroeste da Grécia (aprox. 45%), o sudeste da Macedônia do Norte (aprox. 35%) e sudoeste da Bulgária (aprox. 20%). É delimitada ao norte pelo rio Estrúmica e o vale de Sandanski-Petrich, que separam-na do monte Ograiden, a leste pelo passo de Rupel, que separa-a do monte Ancistro, e a oeste por Costurino e o rio Tricaina, um afluente do Estrúmica, que separa-a de Plavuch. Para sul, Belasica desce abruptamente em direção ao vale de Serres e o monte Dova, que separam-na do monte Crússia.[1]

As encostas meridionais são rochosas, íngremes e menos arborizadas, enquanto as setentrionais são cortadas cobertas por florestas recortadas por ravinas profundas e rios e riachos com cachoeiras grandes e pequenas. As cristas laterais são curtos e íngremes. Belasica é recortada por alguns passos montanhosos, dos quais o mais importante fora o Demir. O pico mais elevado é chamado Radomir e possui 2 029 metros. Outros picos proeminentes são o Congur ou Grande Congur (1 951 metros), o Puncova Skala (1 974 metros), o Debelo Burdo (1 951 metros), o Lozen (1 898 metros) e o Tumba (1 880 metros).[1]

Belasica é uma cordilheira geologicamente datada do Paleozoico. Sua estrutura moderna é resultante de movimentações ocorridas no Terciário e Quaternário e sua ascensão foi acompanhada pela subsidência dos campos vizinhos. Movimentos ao longo da falha tornaram-se intensos por ca. 1000 anos entre o Plioceno e Quaternário e continuaram ininterruptos até atualmente, o que propiciou o preenchimento de enormes cones aluviais em ambos os lados de Belasica. A erosão ocorrida no maciço é mais acentuada na encosta norte, o que explica a maior incidência de cones aluviais na área.[2]

Os sedimentos fluviais do Quaternário representam várias faixas de cascalhos e areias de largura variável alternadas por camadas argilosas que permanecem sobre rochas sedimentares do Terciário. As rochas mais antigas são gnaisses - rochas metamórficas do grupo dos xistos cristalinos. Elas são compostas por biotita e outros tipos de gnaisses, às vezes misturados com alguns anfibolitos e mármores associados a diferentes transições. A camada de superfície é muito fina, pelo que é facilmente degradada. Em Belasica há depósitos de minério sulfetado - calcopirita, pirita e outros - e em locais isolados há serpentinas.[2]

Belasica localiza-se numa região de clima montanhoso continental-mediterrânico, ao sul do subclima da Bulgária. Apesar de sua localização, possui um microclima específico com boas condições para o desenvolvimento da vegetação lenhosa na encosta norte. Belasica serve como uma barreira para as massas úmidas de ciclones mediterrâneos, o que se reflete pelos altos índices pluviométricos da zona; a precipitação média anual é de 625-750 mm, com os mais altos índices sendo registrados em novembro e os menores em agosto. Os invernos são suaves, com fortes chuvas, mas cobertura de neve permanente. O verão nas zonas baixas é quente, e nas superiores, moderadamente quente e seco. A temperatura média de janeiro varia entre 2 a 15 °C, enquanto em julho entre 10,5 e 18 °C. A temperatura média anual é de 12,5 °C para as partes baixas e 8,5 °C para as altas.[3]

Biodiversidade

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Floresta localizada na Reserva Congura, em Belasica
salamandra-de-fogo
Flor amarela encontrada em Belasica

A flora de Belasica é vasta e compreende um total de 1 591 espécies vegetais, o que para a Bulgária representa 1/3 de sua flora. Deste total, 53 são endêmicas nos Bálcãs e 5 na Bulgária. Além disso, 104 espécies são de interesse conservatório: 17 estão registradas no Livro Vermelho da Bulgária; 28 são protegidas mediante a Lei da Biodiversidade; 31 estão sob tutela da Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas de Fauna e Flora Selvagens (CITES). Dentre os espécimes mais característicos da cordilheira estão as florestas de castanheiros, em meio as quais também crescem faias, carpinos e amieiros,[4] e as samambaias.[3] Também há grande presença de pinheiros-silvestres, pinheiro-montanheses, juníperos, abetos, abetos-falsos e teixos. Nas zonas semi-elevadas havia grande incidência de pinheiro montanheses, porém, em decorrência de repetidos incêndios, estas áreas atualmente são dominadas por pastos, principalmente de festuca.[4]

Os cogumelos também representam uma parcela expressiva da biodiversidade da cordilheira. Segundo análise feita pelas autoridades búlgaras em 2014, há 146 espécies de fungos pertencentes a 82 gêneros, 47 famílias, 15 ordens e 4 classes, porém segundo eles provavelmente este não seja o número absoluto, havendo a possibilidade de existir uma variedade maior. Das espécies catalogadas, 12 são de interesse conservatório: segundo a Lista Vermelha da Bulgária 1 está criticamente ameaçada, 4 são vulneráveis, 6 estão em perigo e 1 está quase extinta. Dos 146 espécimes registrados, 50 são classificados como comestíveis e 17 são empregados no mercado local: agaricus campestris, amanita-dos-césares, armillaria mellea, boletus edulis, boletus pinophilus, boletus reticulatus, cantharellus amethysteus, cantharellus cibarius, cantharellus melanoxeros, cantharellus tubaeformis, craterellus cornucopioides, vaca-vermelha, lactarius deterrimus, cogumelo guarda-sol, marasmius oreades, suillus granulatus e Suillus luteus.[5]

A fauna de Belasica, por conseguinte, é extremamente variada. Há 1 500 espécies de invertebrados, das quais 140 são borboletas. Do total, 178 são de interesse conservatório devido sua vulnerabilidade ambiental. Além disso, registra-se 10 espécies anfíbias e 23 répteis, das quais, respectivamente, 8 e 22 são protegidas: triturus karelinii, lisotriton graecus, salamandra-de-fogo, bombina variegata, sapo-comum, orbicularis de Emys, mauremys rivulata, eurotestudo hermanni, tartaruga grega, lacerta trilineata, typhlops vermicularis, elaphe quatuorlineata, telescopus fallax, malpolon insignitus, zamenis longissimus e zamenis situla. Dentre os anfíbios catalogados, três deles (rana graeca, mediodactylus kotschyi bibroni e lacerta trilineata) são endêmicas nos Bálcãs.[6]

A avifauna é composta por 150 espécies registradas, das quais algumas são de origem mediterrânica (toutinegra-real e hippolais pallida, etc.), duas são endêmicas nos Bálcãs (eremophila alpestris; ferreirinha-alpina) e duas são raras (Dendrocopos leucotos lilfordi; Tetrastes bonasia). Elas representam 35% da avifauna búlgara. Os mamíferos, por conseguinte, são representados por 21 espécies de morcegos (morcego-de-nathusius, morcego-negro, morcego-anão, morcego-orelhudo-cinzento, morcego-de-bigodes e rhinolophus hipposideros, etc.), 28 de pequeno porte (erinaceus concolor, talpa europaea, sorex araneus, fodiens neomys, esquilo-vermelho, glis glis, dryomis nitedula, apodemus flavicollis, apodemus sylvaticus, clethrionomys glareolus, lepus europeaeus, etc.) e 13 de médio e grande porte (martes martes, vormela peregusna, Lontra-europeia, lobo, corça, gato-bravo, tourão, etc.).[6]

Moeda de bronze escavada em Heracleia Síntica
Histameno de Nicéforo II Focas (r. 963–969) e Basílio II Bulgaróctono (r. 976–1025)

A história da cordilheira está intimamente ligada com o rio Estrimão, que na Antiguidade serviu como principal artéria que ligou o Mar Egeu à Europa. Os primeiros indícios de povoamento na região remontam ao Neolítico Tardio I (5 300−4 800 a.C.), estando representado por um sítio situado próximo a Topolnica, uma vila búlgara nas imediações da fronteira búlgaro-grega em Promachónas. A região permaneceu sendo ocupada nos períodos posteriores e há outro sítio datável do Calcolítico Tardio e Idade do Bronze Antiga que fora encontrado próximo a Coralovo.[7]

Durante a Antiguidade, Belasica era chamada pelos gregos de Órbelo (em grego: Ὄρβηλος; romaniz.: Órbelos).[8][9] O nome Órbelo provavelmente deriva do antigo topônimo trácio/peônio da cordilheira, que significa "montanha radiante" (de belos - radiante - e or - montanha).[10] Segundo os autores antigos,[11][12][13] Órbelo era um maciço montanhoso na zona fronteiriça entre a Trácia e Macedônia famoso pelo culto a Dionísio.[14] Pelo período, nas imediações de Belasica no rio Estrimão, seria fundada a importante cidade de Heracleia Síntica que controlou a zona por vários séculos.[7]

Belasica tornar-se-ia particularmente famosa no século XI, durante a conquista bizantina da Bulgária. Naquele momento, o imperador bizantino Basílio II Bulgaróctono (r. 976–1025) estava confrontando o imperador búlgaro Samuel da Bulgária (r. 997–1014) e programara campanhas anuais em solo búlgaro com intuito de gradualmente conquistar seus inimigos.[15] Em 1014, contudo, seu exército foi impedido de seguir trajeto, pois Samuel havia fortificado Clídio, uma localidade nas imediações de Belasica que controlava um importante passo montanhoso. O general Nicéforo Xífias então organizou um seleto destacamento bizantino, marchou com ele sobre Belasica e lançou um ataque surpresa contra os búlgaros, resultando numa vitória esmagadora.[16]

A região foi incorporada ao Império Otomano durante o século XIV durante as campanhas dos sultões Murade I (r. 1362–1389) e Bajazeto I (r. 1389–1402) e permaneceu sob controle dos turcos até 1912, no contexto da Primeira Guerra Balcânica, na qual o Reino da Grécia e outros Estados balcânicos confrontaram o domínio dos turcos sobre os Bálcãs. Durante o período soviético, Belasica tornar-se-ia isolada por tratar-se de uma área próximo a fronteira entre a Grécia e as repúblicas socialistas da Iugoslávia e Bulgária, estando sujeita a uma série de restrições. Nas últimas décadas, contudo, viu-se o florescimento do comércio, artesanato e agricultura com a reintegração das populações montanhesas e dos vales próximos.[7]

Torre de vigia localizada no lado búlgaro de Belasica

Uma razoável parcela dos métodos de subsistência atualmente presentes nas comunidades que habitam os vales próximos a Belasica são resquícios de práticas desenvolvidas desde ao menos o século XIX. Porém, evidentemente, tais práticas passaram por claras transformações ao longo do século XX, principalmente após o processo de reassentamento de famílias búlgaras na região. A economia local baseia-se na agricultura e pecuária, alguns ofícios artesanais, cerâmicos, latoeiros e de carpintaria, uma indústria têxtil pautada na confecção de produtos em linho, seda e cânhamo, a sericultura, que sofreu um acentuado aumento nos anos 1940, a produção de cerveja e, recentemente, o ecoturismo. Um produto original de Belasica é o mel de castanheiro. Ele possui uma coloração castanha escura, um forte aroma e consistência líquida e um sabor ligeiramente amargo. É medicinalmente recomendado para problemas gastrointestinais e doenças renais, principalmente auxiliando na redução de sangue no fígado.[17]

Referências

  1. a b «Географска характеристика [característica geográfica]» (em búlgaro). Consultado em 11 de julho de 2015 
  2. a b «Геоложки строеж [estrutura geológica]» (em búlgaro). Consultado em 11 de julho de 2015 
  3. a b «Климат [clima]» (em búlgaro). Consultado em 13 de julho de 2015 
  4. a b «Растителен свят [flora]» (em búlgaro). Consultado em 13 de julho de 2015 
  5. «Гъби [cogumelos]» (em búlgaro). Consultado em 13 de julho de 2015 
  6. a b «Животински свят [fauna]» (em búlgaro). Consultado em 13 de julho de 2015 
  7. a b c «Историческо наследство [Patrimônio Histórico]» (em búlgaro). Consultado em 13 de julho de 2015 
  8. Geoffrey 1995, p. 594.
  9. Samsaris 1976, p. 13.
  10. Winter 1995, p. 241-242.
  11. Heródoto século V a.C., 5.16.
  12. Estrabão século I, 7a,1,36.
  13. Arriano século II, 1.1.5.
  14. Spiridonov 1983, p. 24 f., 118.
  15. Savvides 1994, p. 23–25.
  16. Savvides 1994, p. 25–26.
  17. «ocupação [Ocupação]» (em búlgaro). Consultado em 13 de julho de 2015 
  • Arriano (século II). Anábase de Alexandre, o Grande. [S.l.: s.n.] 
  • Geoffrey, Nicholas; Hammond, Lemprière (1995). The Cambridge Ancient History: The Assyrian and Babylonian Empires and Other States of the Near East, from the Eighth to the Sixth Centuries B.C. [S.l.]: Cambridge University Press. ISBN 0521227178 
  • Samsaris, D. C. (1976). Historical Geography of Eastern Macedonia during the Antiquity (em grego). Salonica: Society for Macedonian Studies 
  • Savvides, Alexis G. K. (1994). «Προσωπογραφικό σημείωμα για τον Βυζαντινό στρατηλάτη Νικηφόρο Ξιφία». Βυζαντινή προσωπογραφία, τοπική ιστορία και βυζαντινοτουρκικές σχέσεις (em grego). Atenas: Κριτική Ιστορική Βιβλιοθήκη. ISBN 960-218-089-7 
  • Spiridonov, T. (1983). Istoričeskata geografija na trakijskite plemena. [S.l.: s.n.] 
  • Winter, C. (1995). Beiträge zur Namenforschung. [S.l.: s.n.] 
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